sábado, 24 de dezembro de 2011

Invasão de Domicílio

Do Local

O imóvel localizado no cruzamento entre as vias Rua da Prosperidade e Avenida da Paz era vedado à frente por mureta de cerca de 1,0m de altura, interrompido por portão metálico de folha única basculante, construído no alinhamento geral da via pública e no mesmo nível desta. Em seu interior se encontrava uma edificação precedida por área descoberta utilizada como área recreativa agramadada. A edificação era térrea e constituída de cinco cômodos divididos em sala, cozinha, quarto, suíte e banheiro.

O acesso à edificação era feito pela sala, através de porta em madeira de folha única basculante cujo centro era ressaltado por uma guirlanda, apresentava fechadura trancável por chave do tipo yale. O cômodo de acesso era amplo, dotado de dois sofás (dois e três lugares), mesa de centro, aparelho televisivo, lustre e lareira. A presença de uma lareira indagou o perito relator, vez que a latitude do local o coloca em uma zona tropical. Na porção anterior direita da sala havia uma árvore artificial com morfologia semelhante a uma planta gimnospérmica. Objetos de decoração natalina por ali se espalhavam. Ofereceu interesse pericial a sala, não sendo digna de nota a descrição pormenorizada dos demais cômodos.

Dos Exames

Externamente, sobre o gramado da área recreativa, eram notáveis duas marcas lineares e paralelas acompanhadas de pegadas animais semelhantes àquelas comumente deixadas por cervídeo. Estranhamente, não foram encontrados danos característicos de arrombamento na fechadura da porta de acesso à edificação.

Na sala, nenhum móvel ou objeto de decoração encontrava-se em desalinho. Sujidades caracterizadas por fuligem se espalhavam de um ponto de origem comum à lareira, estendendo-se na forma de pegadas até a árvore decorativa. Tais pegadas apresentavam formato de botas tipicamente utilizadas em ambientes frios e com neve, o que indagou o perito relator, considerando a latitude do imóvel. As marcas de pegadas se aproximavam e se distanciavam da árvore artificial em questão. Sob a folhagem da árvore, pacotes embrulhados se faziam presentes com marcas manuais e pequenas fibras sintéticas brancas em sua superfície, sugerindo que alguém vestindo luvas sintéticas brancas esteve em contato com os embrulhos.

Ainda na sala, marcas manuais eram notáveis ao redor da lareira. No interior do duto da chaminé foram encontrados fiapos avermelhados aderidos nas paredes, bem como porções atritadas denotadas pela limpeza de certas sujidades fulígicas características desses dutos.

Conclusão

As observações periciais aqui relatadas muito se assemelham a uma lenda tipicamente lembrada nessa época do ano cuja origem e os detalhes não vêm a mente deste relator no momento. Entretanto, considerando as observações in locus, é possível afirmar que a via de acesso ao interior da edificação ocorreu através da chaminé de exaustão da lareira e que o invasor trajava vestes de cor vermelha e botas de neve. Portanto, é razoável concluir que a hipótese de que o autor da invasão seja um sujeito conhecido por "Papai Noel" não pode ser descartada, a julgar pelo modus operandi e pelas características das vestes.

Ponderações Finais

Feliz Natal aos nobres colegas e demais leitores desse singelo veículo de comunicação pericial!

2 comentários:

  1. Olá, meu nome é Amanda e sou estudante de engenharia química de Belo Horizonte - MG. Tenho muito interesse na área de perícia. Estou a procura de estágio na área de perícia criminal para saber se esta será a área que quero seguir. Minha faculdade não possui convênio com a Polícia Civil de MG. Porém, sabe-se que dependendo do contato é possível conseguir a tal da vaga. O que você sugere que eu faça? Não conheço ninguém que trabalhe no setor. Preciso de direcionamento quanto a isso, antes que eu acabe desistindo. Você fez estágio? Era remunerado? Aguardo resposta. Boa noite.

    Email: amanda_viana14@hotmail.com

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