O jornal O Estado de S. Paulo publicou no último domingo uma matéria intitulada "Na era CSI, perícia na maior parte do País não tem o mínimo para solucionar crimes". Nela, o jornalista Vannildo Mendes revela que "em todo o País (...) a perícia criminal – salvo raríssimas exceções – é tão precária que beira a indigência."
A reportagem é muito interessante e constata o que os profissionais da área já sabiam: há uma defasagem de profissionais e equipamentos nos órgão periciais oficiais brasileiros. Os dados para a matéria foram coletados por meio de questionários enviadas às 27 unidades da federação, contendo perguntas versando sobre a disposição de "itens essenciais para a realização de perícias criminais". Segundo a reportagem, "a perícia criminal brasileira foi reprovada porque apenas 37% das respostas foram positivas. De um total de 207 itens – 9 para cada um dos 23 Estados que responderam ao questionário –, só 78 foram assinalados 'sim' . Os 63% restantes responderam 'não' (45%) e 'parcialmente' (84%). Em muitos casos, parcialmente é quase nada".
Algumas ressalvas, entretanto, devem ser feitas. Aponta-se que São Paulo, Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul dispõe dos item ali chamados de essenciais à perícia criminal (a maleta com kit de varredura de locais de crime, exame de DNA, exame de balística, câmaras frias, cromatógrafos gasosos, luz forense, laboratório de fonética, reagente químico e luminol). Vale lembrar que basta um único equipamento para responder 'sim' no questionário. Em São Paulo, por exemplo, muitos equipamentos só estão disponíveis na capital, que representa cerca de 27% da população do Estado, apenas. Creio que o mesmo aconteça na Bahia e no Rio Grande do Sul. Corrijam-me os colegas baianos e gaúchos, se eu estiver errado.
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